quinta-feira, 11 de junho de 2015

Trabalho e greves

Ponderei escrever este post por não conhecer os meus leitores e que vida têm e não pretendo ofender ninguém ou servir de discórdia porque não é o pretexto deste blog, mas se não escrevesse este post iria contra os princípios enumerados no primeiro post e a explicação do próprio título.

Irritam-me os funcionários públicos e as suas greves.
Não me interpretem mal:não sou contra as greves que são uma conquista à ditadura, mas ao abuso das mesmas.
Todos já sofremos na pele as consequências das greves (e nos últimos anos são mais que muitas), sejam através dos transportes públicos, hospitais, escolas, universidades, instituições públicas em geral.

O problema são as questões que levam às greves.
Exemplos como não quererem trabalhar 40 horas semanais parece-me injustificável e injusto.
Alguém que informe os funcionários públicos que quem trabalha no sector privado sempre teve as 40 horas e muitas vezes somos criticados por trabalharmos (apenas) as 8 horas diárias.
Não tiveram aumentos? No sector privado houve baixa de salários para aqueles que mantiveram o emprego porque grande parte não teve essa sorte.

A que se deve esta revolta? simples.
Tinha férias marcadas para este mês assim como outros colegas, que a empresa desmarcou por auto iniciativa porque ficamos "desfalcados" de pessoal. Numa semana despediram quase 10 pessoas.
Ou seja, despedem pessoas, a equipa encurta e os que ficam têm de colmatar as ausências. Custe o que custar.

Caros funcionários públicos, se isto acontecesse convosco o que fariam?
Vocês que reclamam que tiraram subsídio de assiduidade (é suposto serem assíduos. a isso chama-se responsabilidade).
Vocês que ficaram sem apoios de cabeleireiros (sim, isto acontecia na carris).
Vocês que ganham mal (bem-vindos a Portugal!)
Eu fiquei sem férias e os meus colegas sem trabalho!

Aguentem-se!!

11 comentários:

  1. Não podia estar mais de acordo e a mim também me irritam todos esses queixumes dos funcionários públicos, que trabalham sempre a meio gás!

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  2. Tenho uma visão diferente do assunto:
    - acho que a grande e verdadeira greve que houve nos últimos tempos foi a da TAP. Apesar dos trabalhadores terem perdido, a greve fez aquilo que uma greve deve fazer: mossa. E passado um mês, ainda toda a gente fala dela. Quem fala de outras greves que houve antes de depois dessa?
    - Nós os portugueses, temos um feito um caraças. Nunca suportamos que alguém esteja melhor que nós. Nunca lutar para trabalharmos no privado, tal como no público, 35 horas semanais. Não. Temos de lutar para que os func. públicos trabalhem também 40. Em vez de andarmos "para a frente", andamos para trás.
    - Os funcionários públicos, tal como os do privado, tiveram um decréscimo médio do salário liquído. Até superior (os do privado anda entre os 10% e 20%, os do público anda na casa dos 20%).
    - o teu patrão despediu porquê? Não sei para quem trabalhas, se é que trabalhas para uma "grande empresa". Mas muitos simplesmente despedem para aumentar o lucro, e os que ficam que se mexam. Basta ver os caixas de supermercado: há cada vez menos caixas abertas, e filas cada vez maiores. Dantes no continente existia um placard que dizia qualquer coisa do género "se tiver mais de duas pessoas à sua frente, abrimos uma nova caixa". Hoje já não existe. E será que o Belmiro ficou sem dinheiro para pagar aos funcionários?

    E não, não sou funcionário público. Nem trabalho na TAP. E neste momento, nem sequer sou sindicalizado.

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    1. Horatius, eu não sou da opinião que devemos trabalhar todos 40 horas semanais, mas sim da igualdade para todos e essa igualdade não existe.
      Da mesma forma que acredito que enquanto homossexual vou ver os meus direitos próximos dos hetero, também acredito no fim das desigualdades entre público e privado.
      Para o bem de todos.
      Como não trabalhas do público deves saber que existem muitas diferenças com prejuízo para o privado

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  3. Eu percebo a queixa (até porque acho que há muitos setores que abusam das greves) mas vou dar o outro lado.

    1º na década de 80, o horário de trabalho dos funcionários públicos foi reduzido para as 35 horas semanais numa altura em que não era possível dar aumentos salariais. foi a forma de compensar essa situação. nos últimos tempos, reduziram o salário base e aumentaram o nº de horas de trabalho. isso é uma mistura explosiva já que, legalmente, a remuneração horária não pode ser diminuída e assim estão a fazê-lo 2 vezes.

    2º não te vou dizer que não há gente a trabalhar a meio gás. mas o que te vou dizer é que há muita gente a dar o litro! gente que trabalha que se desunha e que no fim do mês fica revoltada porque as coisas em vez de evoluírem, regridem a olhos vistos!

    sim, sou funcionária pública. mas não penses que fiquei chateada com o que escreves.
    eu percebo muito bem o que dizes... aquilo que eu acho é que se criou um ódio aos funcionários públicos. são todos rotulados de malandros, oportunistas, etc. e posso dizer-te que apesar de já me ter cruzado com pessoas assim na função pública... essas pessoas não foram a maioria. bem pelo contrário!!!

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    1. Só Eu não quis dizer isso: que os funcionários públicos são todos malandros e oportunistas.
      Como é óbvio, há bons e maus profissionais, independentemente do sector onde trabalham.
      O que quis referir é que há abusos nas reivindicações: um prémio de assiduidade para mim é totalmente absurdo porque se tens um horário a cumprir e pagam-te para o fazer, não tens de receber um extra só porque és assíduo.
      (é apenas um exemplo)

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  4. Para não tornar este campo de comentários demasiado repetitivo, vou apenas dizer que subscrevo inteiramente o comentário do Horatius e da Só Eu. E quanto aos "queixumes dos funcionários públicos, que trabalham sempre a meio gás"... bem, não me venham com tretas porque gente preguiçosa e incapaz há em todos os lados, seja público ou privado. Tal como gente válida e trabalhadora. Generalizações aborrecem-me.

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    1. Verdade, zehtoh. E aos que trabalham e aos que não trabalham, podes juntar os que pensam que só eles é que trabalham e que o resto da malta não faz nada.

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    2. Tal como comentei à Só Eu: há bons e maus profissionais, independentemente do sector onde trabalham.
      Se dei a entender que todos os funcionários públicos são incompetentes, lamento porque não era o que queria dizer.
      Fiz generalizações, sim fiz, da mesma forma que se fazem diariamente em relação ao género (os homens são assim e as mulheres assado), nas nacionalidades (os portugueses são isto e o franceses aquilo) e como muito provavelmente vocês fizeram numa qualquer situação em que lidaram com funcionários públicos das finanças, segurança social, etc.
      Apesar disso, particularizei algumas reivindicações que me faziam confusão, dentro da generalização.

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  5. Tempos houve em que os funcionários públicos eram o tubo de ensaio para os direitos que 5, 10 ou 20 anos depois, todos teríamos..... salários mínimos, horários, majoração por assiduidade, subsídios, etc. Agora a direcção é inversa.
    Eu já fui funcionário privado, depois público e há muitos anos que sou trabalhador no privado novamente. Sinto-me perfeitamente no direito de criticar ambos com justa causa.
    Tenho muita gente chegada (meu irmão e cunhada, por exemplo) que são funcionários públicos e que trabalham muito, inclusive mais do que 40 horas semanais. Não é menos verdade que tiveram cortes enormes nos últimos anos o que causa muita desmotivação. A verdade é que a maioria são de facto muito fracos e no privado já teriam sido despedidos.
    Lembro-me, quando dava aulas no secundário, das queixas dos meus colegas que estavam na escola 20 horas por semana e achavam que eram escravos quando no meu trabalho anterior eu trabalhava 60.
    Sei bem o que passo quando, no meu trabalho é quase impossível trabalhar com as alfândegas (fazem o que podem quando querem). Sei que qualquer serviço privado atende clientes até às 19h00 ou mais enquanto para ir aos CTT, banco, posto médico etc, temos que perder meio dia de trabalho (no mínimo).
    Depois, há os privilegiados, com salários gigantes e direitos absurdos a fazer greves todas as semanas (tap, metro, etc)
    Concordo que de uma forma geral, mas não generalizando, os funcionários públicos não têm noção da realidade que se passa no resto do mundo do trabalho.
    (pronto, agora podem insultar-me)

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    1. Obrigado Goodblog Badblog porque resumiste muito bem o meu post e o significado do mesmo.
      O meu objectivo não era ofender ninguém mas sim demonstrar que a realidade nacional não é a mesma para os dois sectores.
      Esperava não ter necessidade de dizer isto porque pensei que não fosse criar a polémica que criou, mas os meus pais também foram funcionários públicos (actualmente reformados) e como tal, se dúvidas houvessem sobre as generalizações, espero que tenham sido agora esclarecidas.

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